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Peregrinos no deserto

  


   Quando passamos pelo deserto sentimos a solidão muito perto, sentimos a tristeza, o vento soprando o eco do mais profundo silêncio. Caminhamos seguidos de perguntas não respondidas, respostas não entendidas, buscando abrigo do sol escaldante, da noite congelante, procurando alimento, provisão e água. Buscamos ao nosso redor alguém em quem possamos nos apoiar, mas caímos na dura realidade de que nesse deserto estamos sozinhos, ele é somente nosso. Parece que a cada dia que passa, o fim dessa caminhada torna-se mais longa e mais longa, não conseguimos enxergar os montes, a relva, a grama, exaustos nos encontramos, a ponto de cogitar a ideia de desistir.
    Mas do nada uma brisa, um vento sopra ao nosso redor, e nos traz algumas certezas antes esquecidas pela exaustão. A certeza de que nunca estivemos sozinhos vagando por esse imenso deserto, alguém sempre esteve nos fazendo companhia e pronto para responder nossas inúmeras e estúpidas perguntas, para esclarecer o que não compreendemos. Nos esquecemos de que Ele nos disse que seria o nosso alimento, o nosso pão se buscássemos Nele, não teríamos sede se acreditássemos no que Ele é. Esquecemos de que tudo o que enfrentamos nessa longa jornada, é por um propósito, não podemos culpar a ninguém pela árdua caminhada, esse é o meu deserto. E com todas essas lembranças á tona, frescas em minha mente, sigo pelo mais maravilhoso deserto, tendo o melhor acompanhante ao meu lado e com a convicção de que Ele sempre estará ao meu lado por mais difícil que o caminho se torne, e agora caminho vendo beleza até no mais pequeno grão de areia que encontro pelo caminho.

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